8 livros para ajudar seu filho a passar pelos desafios da infância
Selecionamos títulos para ajudar as crianças a lidarem com processos como desmame e desfralde
A primeira infância, período do zero aos seis anos, é marcada por diferentes fases de transição e adaptações. Só que, ao mesmo tempo, essas mudanças são enfrentadas por crianças que estão em formação e, consequentemente, não possuem todos os recursos emocionais para entendê-las. O resultado disso pode ser processos desafiadores, com resistência na hora de aceitá-los.
Para contornar essa resposta automática de defesa ao desconhecido, o diálogo honesto é uma ferramenta importante. Mas, às vezes, é difícil saber por onde começar. Uma dica valiosa é procurar por materiais de apoio, como os livros, que apostam no lúdico para traduzir assuntos complexos ao público infantil.
Separamos oito títulos que vão ajudar mães e pais a explicarem aos filhos processos importantes e necessários, como desmame, desfralde e o desapego da chupeta.
Caso você tenha interesse em comprá-los, é só clicar na imagem ou no link do preço, ok? Boa leitura! 
1. Tchau, Tetê – Fernanda Vernilo
Pelo receio de traumas tanto para o bebê quanto para a mãe, o desmame pode ser um processo desafiador. Mas é possível que ele seja conduzido de forma respeitosa e acolhedora, como mostra o livro “Tchau, Tetê”.
Nas páginas escritas por Fernanda Vernilo, ela narra a história que contava ao filho para explicar a ele sobre o bebê que mamava desde que saiu barriga da mãe. O leite era essencial para que ele crescesse, mas depois foi se transformando em conforto emocional.
Para ajudar o pequeno a entender que havia outras formas de se sentir amado, ela ensinou que o filho podia se despedir do tetê, pois quando estivesse com medo ou precisando de carinho, sempre teria o colo, o abraço e muitos beijinhos da mãe.
2. Quando dei tchau pra Pepê – Nanda Perim
No desespero de fazer com que o filho largue a chupeta, pais podem acabar recorrendo a tentativas perigosas tanto para a saúde quanto para o emocional do pequeno – como usar chia ou até mesmo pimenta no dispositivo. Por isso, a defesa continua a ser de que o diálogo é a medida mais efetiva para que a criança possa se despedir do objeto.
É o que mostra a obra de Nanda Perim, em que a pequena protagonista conta sobre quem é a Pepê. Ela a acompanhou em momentos desafiadores, como quando a mãe voltou trabalhar, ralou o joelho e precisou do colo do papai, ou até quando não sentia sono e ela vinha com a sensação de aconchego que a fazia dormir.
Com estas diferentes associações emocionais ligadas a chupeta, o livro ajuda os adultos a entenderem como trabalhar as substituições com os filhos – e, assim, o processo tende a ser mais tranquilo!
3. Um presente incrível! –
O pequeno aprende melhor quando os personagens são bichinhos? No livro de Guido Van Genechten, o leitor mirim vai conhecer este elefante divertido que recebe um presente. Entusiasmado, ele abre o pacote e se depara com um objeto laranja que não reconhece logo de cara. Então, os pais explicam: é um “pinico-para-xixi-e-cocô”.
Só que o elefante ainda não entendia muito bem o que isso significava, pois ele estava acostumado a usar fraldas. O pinico se transformou em brinquedo, sendo usado até como chapéu, mas não parecia o certo. Será que ele vai conseguir entender para o que o presente realmente funciona? Esta é a resposta que pequeno vai descobrir ao embarcar nesta jornada de mudanças!
4. Sinto o que sinto e a incrível história de Asta e Jaser – Lázaro Ramos
Junto com as transformações físicas que os primeiros seis anos trazem, há também as mudanças comportamentais que nem sempre são fáceis. E esta dificuldade em lidar com sentimentos novos, como frustração, raiva e até mesmo tristeza pode levar a episódios de birra. Neste processo, a validação das emoções é essencial como mostra o livro “Sinto o que sinto e a incrível história de Asta e Jaser”.
Escrita por Lázaro Ramos, a obra é divida em duas partes. A primeira traz o pequeno Dan, que vai vivendo a sua rotina normalmente. Só que como toda pessoa (ainda em formação), ele se depara com as oscilações emocionais que podem aparecer em um único dia. Por exemplo, ele acordou e não queria se levantar, mas não entendia muito bem o porquê. Quem nunca, né? As vivências do protagonista é um convite aos pequenos para perceber que outras crianças passam pelo mesmo e como elas nomeiam tais sentimentos.
Já a segunda parte do livro é um encontro entre Dan e seu avô, que conta para ele a história de Asta e Jaser. Além de ser uma fábula de romance, é também sobre representatividade – já que os personagens apresentados pelo senhorzinho são negros, vivem na Etiópia e carregam o poder da ancestralidade de um povo.
5. Bibi não chupa mais o dedo – Alejandro Rosas
Quando Bibi chegou ao mundo, ela tinha o costume de mamar e, mais tarde, de usar a chupeta. Até que ela decidiu entregá-la ao Papai Noel. Só que o processo não foi simples como ela imaginava e a saída que encontrou foi chupar o dedo para sanar a necessidade que ela sentia.
Quando a mãe percebeu o hábito da pequena, ela explicou que colocar o dedo na boca era perigoso, pois ele era sujo, atrapalhava a sua arcada dentária e fazia com que as pessoas tivessem dificuldade de ouvi-la. Bibi então aprendeu que precisava mudar, mas não conseguia, pois seu dedo parecia mais forte do que ela.
Para entender que ela tinha poder sobre o próprio corpo e controle das suas vontades, a garotinha decidiu que iria sempre ocupar as mãos. Foi na areia e brincou de castelinho, fez roda com os amigos, desenhou, andou de bicicleta… só que chegou de noite.
Na hora de dormir, esquecer do hábito pode ser ainda mais difícil. Mas Bibi ensina uma lição poderosa para os pequenos leitores: ocupar as mãos com uma leitura interessante pode ajudar neste momento.
6. Cocô, Xixi e Pum: adeus, Fralda! – Maíra Lot Micales
Os protagonistas deste livros são bem conhecidos por quem está passando pelo desfralde: o cocô, o xixi e o pum. Nas páginas escritas por Maíra Micales, a autora (que também é mãe) desenrola uma história divertida dos três amigos que não aguentam mais viver dentro das fraldas e manchar os colchões. Eles querem ir para o pinico e até mesmo para a privada.
Com ilustrações de Thiago Egg, um pai que também estava passando pela transição dos filhos enquanto produzia o livro, a história se apresenta como um guia de passo a passo de como colocar o processo em prática. Ah! E ainda traz uma lição muito importante para tempos de pandemia, que é preciso lavar as mãos para todo mundo ficar bem.
7. O Mamá é da mamãe – Giovanna Balogh
É importante que a decisão do desmame também aconteça levando em consideração a saúde mental da mãe e é sobre isso que Giovanna Balogh traz em “O Mamá é da mamãe”. Inicialmente, a autora apresenta um texto acolhedor para que a lactante reflita se a amamentação continua sendo um momento prazeiroso para ela e para o bebê.
Caso ela perceba que está na hora de encerrar o aleitamento materno e transformar o vínculo com o pequeno, a obra também traz uma história para ler com a criança. Dentro dela, a mãe mostrará situações do dia a dia em que é comum o filho buscar pelo conforto do mamá, como durante a noite ou quando está doente. Mas que há outras maneiras de se sentir reconfortado e conectado com a figura materna.
8. Tá na hora do papá – Aline Padovani
Junto com os processos de abandonar a fralda e a chupeta, a criança também vive as diferentes descobertas do paladar. Inicialmente, frutas e verduras são introduzidas com mais facilidade. Mas com a consciência – e a adolescência do bebê chegando – dizer “não quero!” pode se tornar frequente.
Para ajudar os pequenos a entenderem que boas escolhas na hora de comer envolve mais do que gostar ou não, Aline Padovani, que é fonoaudióloga e especialista em alimentação infantil, escreveu o “Tá na hora do papá”. Ele conversa com a garotada, de forma lúdica, sobre a importância da autonomia da criança no momento de se alimentar, reforçando que quanto mais ela participa do processo, maior é a tendência dela querer comer o que produziu.
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