Quem acha que vinho é coisa de inverno esquece que em regiões de verão quente se consome a bebida o ano inteiro. É assim em toda a Europa Mediterrânea, na Austrália, na África do sul, no Chile, na Argentina e nas partes mais quentes dos Estados Unidos.Esquece também que o nobre fermentado, em sua infinita variedade, abarca todas as estações e ocasiões de consumo, da lareira à areia da praia. Podemos dizer que, no verão, enquanto a temperatura ambiente sobe, procuramos alimentos e bebidas mais frescos.Nessa estação, busca-se ainda um corpo mais esbelto também no vinho — chamamos de corpo a sensação de consistência e volume no paladar. Um maior extrato se deve principalmente à maturidade das uvas, que terão maior quantidade de açúcares e sabores, e do tempo de maceração delas ao fermentar, o que proporcionará mais cor e sabor.Não esqueça, no entanto, que concentração não quer dizer qualidade. Pelo contrário, o excesso dela é um erro comum em muitos vinhos, matando o equilíbrio, a elegância e a expressão do terroir e da casta. Os pré-requisitos para que um tinto fique bem no calor são muito simples: taninos aveludados, boa acidez e teor alcoólico moderado.Quanto mais frio servimos a bebida, mais se percebe o tanino, aquela substância que “seca” a boca. Logo, se queremos um tinto mais refrescado, devemos buscar opções aveludadas. A acidez é outro ponto fundamental. Esse será o fator que nos dará a sensação de salivação e de frescor.O teor alcoólico talvez seja o item mais importante. O álcool nos provoca uma sensação de calor e nos faz suar. Essa percepção provocada por um tinto de 13% é consideravelmente menor do que a de outro com 15% de álcool.Veja abaixo alguns exemplos do que beber:*As informações e valores dos produtos se referem ao momento de publicação desta matéria.