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Malbec: explorando o universo da uva quase argentina

Casta queridinha dos brasileiros é cultivada de norte a sul no país vizinho

Por Redação Veja SP
29 out 2021, 15h07
Três garrafas de vinhos argentinos Malbec de diferentes regiões do país
 (Veja SP/Divulgação)
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A mais argentina das uvas (castas) francesas, adorada pelos brasileiros, possui multiplicidades de estilos, conforme a sua região de origem. O sucesso comercial em nível planetário dos malbecs de Mendoza fez com que seja quase obrigatório para uma bodega argentina plantar malbec, tornando-se amplamente cultivada de norte a sul do país.

Ganhamos nós, pois, a “boca má” (mal-bec), que ganhou essa alcunha em seus primórdios por gerar vinhos duros na França, e que proporciona excelentes exemplares por toda a Argentina, que vão de rosados a potentes tintos de guarda.

No extremo norte, em Salta, o terroir é muito peculiar, unindo latitude, altitude e continentalidade extremas. A latitude, entre 24º e 26º sul (mais ou menos a mesma do estado do Paraná), somada à continentalidade, tornaria a produção de vinhos inviável na região, devido ao calor. No entanto, uma altitude elevada acaba compensando, amenizando o calor, com alguns vinhedos a mais de 2.000 metros. Como resultado, vinhos expressivos, brancos da torrontés perfumados e malbecs que podem chegar a 17% de álcool.

Dando um salto para o extremo sul, chegamos à Patagônia, que tem uma configuração diametralmente oposta. A latitude é extrema, no paralelo 42º sul, similar à Nova Zelândia, com altitude que despenca para cerca de 200 metros. Aqui, os vinhos são mais frescos, com mais acidez natural e menos álcool. São os malbecs mais elegantes do continente.

Mendoza, coração do malbec, também guarda diversas sub-regiões e seus estilos. Lujan de Cuyo, nas cercanias da cidade que dá nome à região, é sede da maioria das bodegas que conhecemos. Lá, as altitudes ficam entre 800 e 1.100 metros, e o estilo predominante é o clássico malbec encorpado que conquistou o mundo. O maior patrimônio de Lujan de Cuyo talvez sejam seus vinhedos antigos, já que foi lá que tudo começou.

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O Vale de Uco é a nova fronteira, desbravada nos últimos 20 anos. Com vinhedos que sobem até os 1.650 metros, a viticultura ali só é possível graças ao moderno advento da irrigação por gotejamento. O Vale de Uco está sendo estudado e subdividido. Algumas de suas sub-regiões já alcançaram fama, como Paraje Altamira, Los Chacayes, San Carlos e Gualtallary. De lá, o estilo que se destaca é o de malbecs que podemos chamar “de vanguarda”, mais minerais, com maior acidez e expressão de terroir.

1 - Terrazas de Los Andes Single Vineyard Malbec

Um malbec de vinhedo único, Las Compuertas, uma das melhores parcelas de Lujan de Cuyo. De cor escura, aroma complexo, com muita fruta negra, floral de violetas, madeira coadjuvante, com tostados, café. Paladar encorpado, com taninos firmes e finos. Excelente malbec, com bom potencial de guarda.
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2 - Fin Del Mundo Patagonia Single Vineyard Malbec Limited Edition Finca Don Eduardo 2018

É 100% malbec, com 18 meses em carvalho francês e americano. Cor escura, aromas de madeira nova, frutas mais vermelhas que negras, ervas, balsâmicos. Paladar de médio corpo, taninos macios, prontos, elegante e equilibrado.
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3 - Tinto Negro Malbec Limestone Block 2018

Elaborado com malbec (95%) e cabernet franc (5%), com nove meses em barricas de carvalho francês. Normalmente, os tintos de Los Chacayes são superpotentes, mas este é diferente. Cor escura, aroma bastante frutado e fresco, com notas de especiarias, frutas negras, fundo mineral. Paladar de médio corpo, com taninos macios e acidez muito boa, fresco e fácil de beber.
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Texto: Marcelo Copello

*As informações e valores dos produtos se referem ao momento de publicação desta matéria.

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